sábado, 14 de agosto de 2010

Rockmance

Entre os passos
um, dois giros
seus olhos me fitaram como laços
cúmplices de um adorável sorriso

Meus movimentos desordenados
sua beleza celestial
eram mais que dois corpos
engrenados em um compasso astral

Em um momento de descanso
apagam-se as luzes
o espanto!

O inesperado, mas do que esperado
o beijo
imprescindível, sincero, apaixonado.


(Felipe I Bollella)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Um sorriso pode acabar com tudo

A primeira vez que Jim se apaixonou por uma garota, como ela era linda, pés pequenos, mãos delicadas, longos cabelos pretos e um olhar misterioso. Se conheceram em um bar qualquer. Foi a primeira garota que aguentou beber com ele, vomitaram lado a lado. Que garota. Realmente o tipo de mulher que você pode ter certeza que estará ao seu lado para o que der e vier.

O namoro demorou um bom tempo, dois anos, acabou por uma briga envolvendo um ultimo gole de uma garrafa de vodka, era a primeira bebida que custara mais que dez reais, tinha um valor irreparável.

A segunda mulher com quem Jim se perdeu de amores, foi a experiente Rose, uma coroa enxuta com idade perto dos quarenta. Pernas grossas, uma tatuagem no ombro esquerdo, calçava botas enormes que lhe cabiam perfeitamente em seus pequenos pés, e as mãos!...levantavam o cálice com uma delicadeza jamais vista por Jim. Ela estava lá, em uma esquina qualquer, era a primeira mulher que Jim pagou mais do que trinta reais para comer...valeu cada centavo!

Jim sabia que Rose era uma prostituta, isso não o incomodava, não partilhava dos valores morais que a sociedade tentava lhe impor. Mas quando a namorada começou a atender em sua casa, Jim não aguentou, deu uma ultima e deliciosa trepada e depois de colocar o dinheiro sobre a cabeceira nunca mais voltou, disse que ia comprar cigarros...uma observação, ele não fumava.

A terceira experiência amorosa de Jim foi quando ele já estava perto dos quarenta. Uma adorável estudante loira, tinha olhos verdes, cabelos que chegavam na cintura, mãos lindas que de tão delicadas Jim teve medo de machuca-las ao tirar-lhe para dançar, seus pés também eram pequenos e frágeis, mas ao contrario dos pés e das mãos seu temperamento era forte. Saíram do bar dançante, ela acendeu um cigarro. Conversaram sobre várias coisas, música, crenças, filosofia. Encantado com a boca vermelha que dava um sorriso Jim perde a fala. Não sabia como tanta coisa podia caber naquele sorriso, era angelical, mas não totalmente inocente, era provocativo e de uma sinceridade absurda, acho que não há como descrever tal sorriso. Jim viu o sorriso se desfazendo e uma pergunta foi feita- gostaria de saber o que você está pensando?- Jim tomou-a por um beijo, talvez o melhor que já dera.

Depois do primeiro encontro se falavam todos os dias. Ela era tão louca quanto as outras garotas que conhecera, mas era sofisticada, refinada, inteligente, cautelosa e o que mais entretinha Jim era que cada dia parecia que saia com uma mulher diferente.

Um certo dia Jim esperou, no lugar de sempre, no mesmo horário e ela não apareceu, e no dia seguinte, e no seguinte e nada. Jim não lembrava de ter falado algo que a incomodou, mas lembrava-se apenas que em uma das conversas sua amada estudante loira comentava que sentia um certo medo dele...agora quem tinha medo era Jim...medo de nunca mais ver aquele sorriso...medo de nunca mais ver aquela que cada dia era uma...Jim nunca mais a viu.

Jim morreu na rua Augusta, onde bêbado disparou uma arma contra a própria cabeça. Suas ultimas palavras foram “AQUELE SORRISO”.


(Felipe I Bollella)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Coitadiano

Assim como ontem...
café...
exercícios matinais...
música...

Assim como ontem...
banho...
micro-ondas...
comida...

Assim como ontem...
pessoas...
todas...
e nenhuma...

Assim como ontem...
bom dia...
boa tarde...
boa noite...

Assim como ontem...
bar...
álcool...
amigos?

Assim como ontem...
sem ideia...
sem vivência...
sem nada.


(Felipe I Bollella)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Anti-social

Em uma roda de amigos, rapazes com a faixa etária de 18 à 22 anos, falavam sobre carros e a “perfeição” de uma garota.

-Você viu aquele carro?
-Vi! tem neon, xenon e suspensão a ar!
-Fora que tem as maiores rodas que já vi.
...
-Ela Parece uma boneca
-Falam que ela é virgem, que beleza heim!

Ouvindo a conversa comecei a fazer uma analise da situação. Os garotos falavam de desejos materiais e físicos!, carros e mulheres...a palavra desejo revela algo que se procura encontrar, padrão ou coisa a ser buscada. Em paralelo aos pensamentos desses coloquei os meus. Sempre procurei sair com mulheres maduras porque costumam apresentar maior instrução, sendo ela física/sexo e intelectual/esclarecimento. Quanto aos carros, sempre fui um fanático, carros grandes e potentes, (mulheres não façam analogias ao tamanho do meu pênis por adorar carros desse porte...rs).
Já fui taxado de antiquado(por gostar de carros antigos), depravado(por gostar de mulheres mais velhas), e anti-social (por não compartilhar do consenso que as pessoas tinham ao meu redor)
Assim cheguei a conclusão, quem em sua sã consciência teria tesão por um automóvel que mais se parece com um brinquedo de crianças, cheio de luzinhas, que fica pulando como se tivesse vida (transformers), e com rodas do tamanho de uma bicicleta...rs. Que tipo de depravado sente vontade de se relacionar com uma boneca? que não tem atitude/maturidade para satisfazer seu desejos carnais.

Graças...eu sou o anti-social!


(Felipe I Bollella).

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dialética Vivida

As variáveis
Necessidade para a compreensão da vida!
Esclarecem os sintomas e as liras
Assim como os pensamentos deploráveis.

As variáveis determinam a vida!
As contradições são descobertas pelas vivencias
As conclusões são os entendimentos das inversões.

Se sou bom, corro o risco de ser mal
Como pode se pensar em Deus sem o Diabo?
Há muitas coisas na vida que não conhecemos
Não sabemos suas variáveis

Por que desse pensamento antes não contemplei?
Ele me elucida
Sobre as marcas e as feridas
Se hoje sou triste é porque já amei.

(Felipe I Bollella)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Idiota!!

4:20 da manhã.

...estou morrendo de saudade do seu corpo! ...sinto seu cheiro agora, sua pele, que saudade de te morder de te beijar inteirinha, lembro de cada pedacinho do seu corpo, nossa!! que água na boca...
...daria tudo para ter você agora na minha cama ...sei que estou sendo extremamente vulgar! releve estou bêbado!..rs

12:30.

" Oi! não desligue! tenho que lhe pedir desculpas..." "Você é um IDIOTA! tchau."

"Nossa! Ao imaginar ela enchendo a boca para falar I-D-I-O-T-A... que arrepiozinho de excitação..."


(Crimson)

O Gozo

O gozo
Meta colocada por todos o seres
Atribuem a ele o desfrute dos prazeres
Materializado por um liquido viscoso
Representa a satisfação do ato, sendo ele ou não amoroso.

Reprimido, muitas vezes pelo preconceito,
Expresso em varias sociedades
Pelo moralismo imoral da humanidade
Que torna regra reprimir anseios.

Despudorado
Vergonhoso
No imaginário está sempre presente!
Seja nas horas frias ou nas quentes

Formado de pele
De pelo
De cheiro
De gente.

Irracional
Momentâneo
Conjunto
Individual

Não respeita regras
Lugar
Ou moral

Os adjetivos
Os sabores, o jogo
Todos atributos são insuficientes
Acho que a si se resume o GOZO.

(Felipe I Bollella)

domingo, 1 de agosto de 2010

Ser civilizado

O civilizado me constrange
é repressão!
quebra de extinto
determinação de comportamento
não viver independente de....
seguir padrões parece normal
mecanicamente, independente qual
padronização, intelecto e material
mas reprime tudo que é do homem
a expressão
o ato
o intelectual.

(Felipe I Bollella)